Ciclo OODA

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Ciclo OODA
Ciclo OODA

O que é?

O ciclo OODA é uma representação visual de como interagimos com o mundo ao nosso redor e de como tomamos decisões. Ele tem por objetivo dessa representação nos permitir avaliar o atrito e o tempo que gastamos para fazer um ciclo comparado com um adversário no qual estamos em conflito.

Quem criou?

O Ciclo OODA foi criado pelo Cel. John Boyd, da Força Área dos Estados Unidos, como extensão de seus estudos sobre táticas de combate aéreo, engenharia de aeronaves de caça, entre outros importantes avanços feitos por Boyd que culminaram na criação dos caças F-15, F-16, F/A-18.

Esse ciclo também foi usado por Boyd como o ponto de partida de seus tratados sobre estratégia militar, chamado “Destruição e Criação”, que inspirou uma reformulação na forma de combate dos Fuzileiros Navais dos EUA, assim como a operação Desert Storm da Guerra do Golfo.

Do que é composto o ciclo OODA?

O ciclo OODA é composto de quatro transientes: observar, orientar, decidir; e agir.

Observar

A Observação é a primeira forma de coletar informações sobre o que está acontecendo ao seu redor. Boyd identificou este passo como “Observação”, pois um dos elementos mais importantes da aviação de caça é a sua capacidade de enxergar ameaças, mas não considere a expressão literalmente: todos os 5 sentidos são uma forma de observação, mas relatórios empresariais também são. Possuir informação visível, em quantidade, mais rapidamente do que o seu adversário faz com que você saia na frente do conflito.

As fontes de Observação são:

  • informações externas;
  • circunstâncias que estão ocorrendo no momento;
  • interação contínua com o ambiente;
  • comunicações implícitas (treinamentos e procedimentos);
  • feedback da Decisão e Ação.

Quando um dos itens acima não pode ser obtido/acessado, ou a nossa atenção fica dividida, a velocidade pela qual um indivíduo passa pelo ciclo OODA é reduzida, e a qualidade das Decisões e Ações é afetada negativamente.

Uma vez que a Observação seja finalizada, a informação segue direto para a Orientação.

Orientar

A Orientação é a nossa capacidade intuitiva de avaliar uma situação. Ela molda os três outros elementos do ciclo e, em retorno, é moldada por novas Observações e pelo resultado de nossas Ações.

Normalmente, o próximo passo após a Orientação é Decidir. Mas se nossa Orientação nos permite constatar que a situação cumpre os prerrequisitos de instruções e controles implícitos (treinamentos ou procedimentos preestabelecidos), nós podemos partir diretamente para a Ação. Se essas instruções e controles implícitos ditarem que devemos voltar à Observação (para coleta mais completa de dados), também podemos fazê-lo.

Em outras palavras: a maior parte das decisões deve ser feita intuitivamente a partir da Orientação, por meio de comunicações implícitas — aquelas que adquirimos através de treinamentos e memorização de procedimentos. Sempre que nós tivermos de discutir o que fazer — com outros ou nós mesmos — o processo será mais lento.

Elementos que afetam a nossa orientação são os seguintes:

  • Tradições culturais: a cultura familiar, local e social.
  • Experiências anteriores: qualquer experiência, boa ou ruim.
  • Herança genética: nosso temperamento nato, nossa facilidade com certas tarefas e dificuldades com outras.
  • Nova informação: tudo que chega de novo da observação ou da ação.
  • Análise/síntese: “Devemos conseguir examinar o mundo de diversas perspectivas para podermos gerar imagens mentais ou impressões que correspondam a esse mundo.” (Boyd, 1987)

Nota: Todos os elementos acima interagem entre si e se afetam mutuamente. No diagrama, uma série de flechas ilustram essa cadeia de relações.

Um exemplo de Orientação

Caso você tenha nascido em uma cidade costeira, poderia um dia ver um barco enquanto está em sua motocicleta e diria para si mesmo “como eu gostaria de poder andar de motocicleta na água!” Sua mente então começa um processo de análise e síntese.

Primeiro, você pensa em cada componente que você precisa de uma moto para isso: um guidão, acelerador e um assento. Aí pensa nos elementos que precisaria do barco: o casco e o motor. Juntando essas partes, você sintetiza um novo objeto em sua mente, que hoje chamamos de “jet ski”.

Contudo, se você nasceu e morou sempre em um lugar longe de um lago ou do mar, e também não andou ou não gosta de motos, você vai naturalmente ter uma dificuldade maior de chegar a essa análise e síntese. Isso acontece porque está fora da sua realidade cultural, e suas experiências passadas lhe impedem de chegar neste conceito.

Decidir

Com base nas informações da orientação, é possível decidir. A Decisão pode fluir para dois lados: ação imediata; ou voltar à observação caso não haja informação suficiente para uma Ação.

Como foi dito, comunicações implícitas (treinamentos e procedimentos) eliminam a necessidade de uma Decisão.

Agir

Seja através da Orientação ou da Decisão, eventualmente realizaremos alguma Ação. Essa Ação gera um feedback de seus resultados para a Observação, além de ser uma interação contínua com o ambiente — o que também influenciará a Observação.